Logo não é marca
É bem frequente no dia a dia ouvir das pessoas que buscam abrir um novo negócio, frases que incluem algo como: “Preciso criar uma marca para a minha nova empresa”. O mesmo acontece com alguns empresários que buscam algum tipo de renovação no seu negócio, que precisam de uma roupagem nova para a marca.
O que essas pessoas (e talvez até você) não sabem é que, apesar desses 2(dois) termos estarem muito relacionados, eles não refletem a mesma coisa. No passo que a marca é algo bem abrangente que envolve vários atributos (inclusive o logo) e percepções, o logo trata-se apenas da representação gráfica do negócio.
Uma marca é o conjunto de várias identidades e estratégias que se unem para chegar a um resultado. Causar impacto no cliente de forma positiva.
Fique comigo para compreender um pouco mais sobre esse mundo de marcas e as suas ramificações.
O que é Logo
Um logo pode ser um ícone, uma ilustração, um emblema, uma palavra, um “slogan” e até mesmo a junção de todos eles. De forma simples, podemos conceituar como sendo o elemento gráfico que tem por objetivo identificar de forma rápida um negócio e que identificado, a pessoa impactada remeta instantaneamente a você.
Os elementos que constituem um logo vão desde cores, tipografias, símbolos até referências históricas e tudo isso é fundamental para que a mensagem que se quer passar seja entregue de acordo com o esperado.
O termo logo tem origem do grego logos que quer dizer significado ou conceito. O termo por si só é um radical grego que se refere ao conceito, mas deve ser sempre acompanhado de outras palavras, que combinadas vão ter um resultado mais fiel etimologicamente falando.
Logotipo (Logo + tipo).
A palavra logotipo é a junção de logo(conceito) + typos(letra/caracter). Esta variante é o resultado de uma composição gráfica que tem por objetivo gerar uma identificação da marca através de texto. Algumas empresas que possuem esse conceito são: Facebook, Zara, Canon, Sony, Vogue e outras.
Imagotipo (Imagem + tipo)
Combina símbolos e letras para comporem o resultado. Esta é uma das formas mais comuns no mundo das marcas e normalmente o símbolo e o texto funcionam separados. Por exemplo: Lacoste, Adidas, Toyota, Bradesco, entre outras.
Isologo
Esta variante é o resultado da combinação integrada de texto e Imagem, onde um não pode ser usado separado de outro. Algumas empresas que adotaram esse padrão são: BMW, Burger King, Harley-Davidson, Oi e outras.
Isotipo
Trata-se apenas do símbolo que visualmente sintetiza a personalidade da marca. Podem se dividir em algumas variantes, a saber:
Monograma
Representa a sobreposição, combinação ou agrupamento de letras e elementos gráficos. Por exemplo: LG
Anagrama
Representado por palavras que são resultados da união de outras palavras como, por exemplo: Calcard (Calçados + Card)
Sigla
Resultado da junção das iniciais de algum nome próprio, são exemplos a CNN, CEMIG, e outras.
Inicial
Como o próprio nome já diz, trata-se de representações através da letra inicial de uma palavra. Ex: S da Seat.
Firma
Esta subcategoria é representada pela “assinatura” do nome do autor da marca/produto/serviço. Um dos exemplos mais clássicos é o da Ray-Ban.
Pictograma Figurativo
Nesta subcategoria o signo da marca é uma transcrição gráfica óbvia do que ela representa. Ex: Apple
Pictograma Abstrato
Já neste caso, o signo é uma representação abstrata de alguma figura, mas que existe um conceito e significado por trás da abstração. Por exemplo: Os 3 diamantes da Mitsubishi.
O que é Marca
Todos os empresários, sem nenhuma excessão, gostariam que os seus negócios fossem lembrados pelos seus clientes e mais que isso, gostariam que essa lembrança fosse positiva.
Quando um público lembra de uma marca, normalmente é porque a mesma oferece um diferencial competitivo em relação a seus concorrentes, seja no preço, benefício ou experiência. Dificilmente alguém lembra de um símbolo sem antes relacioná-lo com outro sentimento. Esse sentimento é o que podemos definir como marca.
Laura Busche no seu livro Aprenda Branding: Criando Marcas Dinâmicas Para Gerar Conversão traduz bem o que seria uma marca. Para ela, uma marca seria a história que o consumidor lembra quando pensa em você.
Quando você lê Madero, por exemplo, o que vem na sua cabeça? Você muito provavelmente não pensa numa fábrica de hambúrgueres ou nas letras que juntam formam a palavra Madero. Você lembra da qualidade da comida, do ambiente e talvez até das outras empresas do grupo como, por exemplo o Jerônimo.
Esse sentimento que surgiu no seu sistema límbico é a tradução mais fiel de marca. É, entre outras palavras, a “reputação” que a sua empresa adquire ao longo do tempo.
A forma como o seu cliente percebe a sua marca afeta diretamente o sucesso ou fracasso do seu negócio, não importa se você é uma empresa já consolidada no mercado ou uma startup.
De forma radical, uma marca só existe na mente dos possíveis consumidores. O dono do negócio não tem influência direta na percepção e construção da sua marca.
Ele pode até tentar repassar ao seu público o que acredita ser positivo, mas é preciso uma série de percepções e estratégias de modo a consolidar essa reputação.
Não é uma tarefa simples essa construção de reputação, é um processo longo e exige muito comprometimento de todos os envolvidos com o negócio. Todo mundo deve estar alinhado ao mesmo discurso para que os seus clientes comecem a perceber tudo isso, mesmo que sem perceber que está a ser moldado.
Para facilitar todo esse processo é imprescindível que o seu negócio assuma um posicionamento. É através dele que o seu cliente vai entender o propósito da sua marca existir.
Para consolidar um posicionamento de sucesso é necessário que o seu negócio tenha um planejamento estratégico, desde o nome, logo, cores, local de funcionamento (se for o caso), público-alvo e muitos outros detalhes.
Como foi dito neste artigo, uma marca é muito mais do que uma representação gráfica. Esse conceito está mais relacionado com a percepção que o cliente tem do seu negócio do que o que você julga que ele entende.
E aí, como você pensa que seu cliente enxerga o seu negócio? A percepção dele está alinhada com o que você entrega? Se tiver dúvidas, entre em contato e vamos tomar um café, juntos.